SHERNO ou memórias da guerra na Guiné

Mapa da Guiné-Bissau

Dados Gerais
Nome oficial: República da Guiné-Bissau
Capital: Bissau
Nacionalidade: guineana ou guineense
Idioma: português (oficial), crioulo, dialetos regionais
Religião: crenças tradicionais 54%, islamismo 38%, cristianismo 8% (1992)
Moeda: franco CFA
Cotação para 1 US$: 606,00 (jul./1998)

A Guiné-Bissau está situada na costa ocidental da África, possuindo um litoral de mangues repleto de pequenas ilhas que formam o arquipélago dos Bijagós. O rico ecossistema vem sendo rapidamente destruído pela prática da agricultura - o sector mais dinâmico da economia e que actualmente emprega 90% da força de trabalho. Grande parte da produção volta-se para a subsistência. Ainda assim, a Guiné-Bissau é um dos poucos países da África em condições de exportar alimentos - como peixes, castanha de caju e algodão. Mais de 20 etnias habitam o território e a maioria delas segue crenças tradicionais, com excepção de grupos expressivos - os mandingas e os fulanis - que se converteram ao islamismo durante o domínio árabe no continente.

História
A história da Guiné-Bissau está ligada à do arquipélago de Cabo Verde, outra ex-colónia portuguesa. O domínio português começa no século XVI, quando habitantes de Cabo Verde estabelecem uma vila às margens do rio Cacheu. A região serve, então, de base para o tráfico de escravos e, nos séculos seguintes, será palco de várias revoltas pela independência. Em 1956, o intelectual cabo-verdiano Amílcar Cabral funda em 1961, no exílio, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que inicia uma guerra de guerrilha contra o colonizador. Em 1972, controla dois terços do Estado. No ano seguinte, Amílcar Cabral é assassinado e os guineenses proclamam a independência, na localidade de Madina do Boé, reconhecida pelo governo português em 1974. Luís Cabral - irmão de Amílcar - assume a Presidência e institui um regime de orientação marxista liderado pelo PAIGC, o único partido legal. O governo de Luís Cabral herda um país devastado e sua política económica provoca escassez de alimentos. Cabral é deposto em 1980 por um golpe de Estado chefiado pelo general João Bernardo Vieira, veterano do partido. O golpe sela a separação entre o PAIGC da Guiné-Bissau e o de Cabo Verde, abortando o processo de unificação dos dois países, que rompem relações, reatadas mais tarde, em 1982.

Geografia
Localização: oeste da África
Características: região baixa e pantanosa; litoral largo e bastante recortado, com o estuário dos rios Gêba e Corubal e o arquipélago de Bijagós (Formosa e Orango, principais ilhas); elevações (SE)
Clima: equatorial
Área: 36.125 km²
População: 1,1 milhão (1998)
Composição étnica: balantas 30%, fulanis 20%, maniacas 14%, mandingas 13%, papeles 7%, outros 16% (1996)
Cidades principais: Bissau (233.000) (1995); Bufatá (13.429), Gabú (7.803) (1979)

Governo
República com forma mista de governo (ditadura militar desde 1980).
Divisão Administrativa: 9 regiões.
Chefe de Estado: presidente João Bernardo Vieira (PAIGC) (desde 1980, eleito para presidente do Conselho de Estado em 1984 e reeleito em 1989; eleito para presidente em 1994).
Chefe de governo: primeiro-ministro Francisco Fadul (desde 1998).
Principais partidos: Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Resistência da Guiné-Bissau-Movimento Bah-Fatah (RGB-MB), Renovação Social (PRS).
Legislativo: unicameral - Assembleia Nacional do Povo, com cem membros eleitos por voto directo para mandato de 4 anos.
Constituição em vigor: 1984

Bandeira

Economia
Agricultura: castanha de caju (35 mil t), palmito (8 mil t), pluma de algodão (900 t), caroço de algodão (2,3 mil t) arroz (135 mil t) (1997)
Pecuária: bovinos (475 mil), suínos (310 mil), ovinos (255 mil), caprinos (270 mil) (1997)
Pesca: 5,35 mil t (1995)
Mineração: Reservas não exploradas de bauxita e fosfato.
Indústria: alimentícia, bebidas (cerveja), beneficiamento de algodão
Parceiros comerciais: Portugal, Holanda (Países Baixos), China, Japão, Espanha, Índia, França

Relações Exteriores
Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, OUA, CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa)